Pintando o meu rosto,
estico o sorriso,
retoco o que é preciso,
melhoro o olhar.
Não me importa o dinheiro
nem como eu vou voltar.
Enfim fevereiro,
que, o ano inteiro,
esperei chegar.
Frevo, cores, zoada,
um cheiro e eu fervo
descendo a Ribeira.
De hoje até quarta-feira
eu sambo,
e, assim, me entorpeço,
me esqueço,
bambo,
também da cachaça,
que, um dia, passa
e deixa a ressaca.
Então, só restam as cinzas depois do Bacalhau.
Nesse dia ingrato, que me põe de volta no mundo real
e me tira a máscara, que ri e disfarça.
Sou obrigado a entrar nesse bloco sem graça,
que nem ritmo tem.
Carrego seu estandarte no peito:
“Bloco do Mundo Imperfeito”,
do qual muitos dizem que gostam; porém,
ele só serve para esperar
o carnaval do ano que vem.
Thiago Amazonas de Melo
Mais vídeos no YouTube: https://www.youtube.com/channel/UC0_aAga12Q1IdIpZ8unXNJw
Mais textos no Facebook: https://www.facebook.com/thiagoamazonasdemelo
Mais coisas no Instagram: https://www.instagram.com/thiagoatmelo/